Instabilidade irregular típica de verão continuará se fazendo presente entre quarta e quinta-feira. Na sexta-feira, uma frente fria deve avançar pela costa do Sul do Brasil
Atualizada às 19h29 min
A segunda e terça-feira foram marcadas por altas temperaturas, sensação de abafamento e por períodos de melhoria intercalados com chuva em grande parte do Sul do Brasil, com destaque para chuvas volumosas mais abrangentes especialmente em trechos de Santa Catarina e do Paraná. No Rio Grande do Sul, um temporal localizado que se formou no início da noite de ontem (01/03) provocou chuva torrencial e excessiva com acumulados pontuais superiores aos 140/150 mm em uma intervalo de menos de 2h em Lagoa Vermelha na região do Planalto Médio. Ou seja, durante esse curto período de tempo, choveu mais do que a climatologia média mensal de todo mês de Março na cidade que é de 118 mm. Na estação do Instituto Nacional de Meteorologia na zona urbana foram registrados 113 mm.
E o padrão aguardado para essa quarta e quinta-feira (03 e 04/03) será muito semelhante: períodos de sol e calor intercalados com chuva acompanhada de trovoadas com episódios localizados de temporais com vento forte e granizo em trechos do Uruguai e do Sul do Brasil, se estendendo por outras regiões e estados do país, como São Paulo e o Mato Grosso do Sul. A chuva em grande volume, no entanto, não chega para todos, como é característico deste tipo de padrão, em que o ambiente de menor pressão atmosférica com a disponibilidade de umidade e ar quente, além de fatores locais são os ingredientes determinantes para os processos convectivos ou simplesmente na formação das nuvens que provocam chuva. Essa situação difere e muito por exemplo, quando as instabilidades estão associadas a sistemas de grande escala (sinótica) como a frente fria, em que o encontro de massas de ar distintas, costuma na maior parte das vezes, gerar instabilidade com chuvas abrangentes e mais regulares numa extensa área.
E por falar nesse sistema, na próxima sexta-feira (05/03), uma frente fria deve ingressar pela costa do Uruguai e do Sul do Brasil. Em território brasileiro, esse sistema junto com outras forçantes na troposfera superior (níveis mais elevados da atmosfera) deve colaborar para a ocorrência de pancadas de chuva mais regulares, acompanhada de trovoadas e com condição para temporais localizados em trechos do centro/norte gaúcho e de SC e do PR. A boa notícia é que como de costume, uma massa de ar mais seco deve avançar na retaguarda deste sistema, trazendo o retorno do tempo seco ao longo do dia para o Uruguai e Metade Sul gaúcha e durante à noite para praticamente todo o RS, com exceção de alguns trechos do leste e nordeste desse estado, incluindo a Grande Porto Alegre que ainda podem registrar chuvas fracas e passageiras. No sábado e domingo, esse sistema garantiria tempo firme em todo Uruguai e RS. Em alguns trechos de SC e principalmente do PR, ainda haveria instabilidade no período com condição para chuvas passageiras, eventualmente acompanhada de trovoadas com temporais isolados. Na previsão para o final de semana a ser lançada na próxima sexta-feira no Youtube, atualizaremos esse prognóstico.
Na área de domínio desta previsão, a maioria dos modelos meteorológicos sugerem chuva mais volumosa e abrangente ao longo do restante dessa semana em trechos do norte gaúcho e em áreas de Santa Catarina e do Paraná. Na Metade Sul gaúcha, especialmente no extremo sul e no Uruguai, as instabilidades tendem a ser muito mais irregulares e as precipitações mais fracas e de baixíssimo volume. Com relação às temperaturas, na sexta-feira à tarde, as regiões com chuva associadas a passagem da frente fria entre o centro/norte do RS e SC e PR, devem ter temperaturas mais amenas e a massa de ar seco e frio que avança em sua retaguarda deve proporcionar resfriamento maior (< 15°C) entre as noites e madrugadas em trechos do Uruguai e do RS e de SC no final de semana. Acompanhe as projeções de chuva (mm) nos mapas a seguir.
- > Confira a projeção dos acumulados de chuva até o domingo abaixo: