por Fernando Rafael | em Internacional | 12/09/2020 19:13
Incêndios históricos nos EUA, fonte: NOAA.

Só no mês de agosto, eventos atmosféricos extremos como Derecho e Furacões foram responsáveis por mudar a rotina de milhares de pessoas

Os últimos três meses de verão boreal “meteorológico” (hemisfério norte), em especial o mês de agosto, foram marcados por fenômenos meteorológicos extremos que influenciaram no cotidiano de milhares de norte-americanos. Em agosto, algumas áreas dos EUA, registraram eventos atmosféricos com ventos devastadores, como foi o caso de um Derecho em 10 de agosto, caracterizado pela propagação de uma linha de tempestades severas que percorreram mais de 1100 km entre os estados de Ohio e Iowa, causando rajadas de vento de até 160 km/h, sendo responsáveis por danos significativos ao setor agrícola e para a infraestrutura numa extensa região.  

Além do Derecho, dois ciclones tropicais (furacões) no Oceano Atlântico atingiram a costa dos EUA durante o mês de agosto. O furacão “batizado” de Isaías atingiu o estado da Carolina do Norte no dia 4 agosto e acelerou rapidamente na costa leste, provocando estragos generalizados e quedas de energia nos estados de Nova York, Nova Jersey e Pensilvânia. Outro importante furacão, denominado de Laura, atingiu a costa na porção sudoeste do estado da Louisiana no dia 27, com ventos de até 241,4 km/h, igualando o recorde histórico de ventos no estado, até então datado de outro furacão em 1856 (há 164 anos).

Para completar essa lista de extremos nesta porção do globo, incêndios florestais históricos no setor oeste do país e o registro do 4° verão mais quente já registrado em todo território nacional, desde o início das observações. Destacado pela imprensa nacional e internacional, numerosos incêndios florestais, queimaram centenas de milhares de hectares em todo o oeste do país, forçando a evacuação em massa de comunidades inteiras e deixando ao menos 24 vítimas, número que pode aumentar ainda mais, já que muitas pessoas ainda estão desaparecidas e foram encurraladas pelos milhares de focos de incêndios ativos na região.  

No estado da Califórnia, tempestades incomuns de verão que provocaram descargas elétricas (raios) numa vegetação seca, foram responsáveis por desencadear o segundo, terceiro e o quarto maiores incêndios já registrados no estado, enquanto o incêndio em Pine Gulch, perto de Grand Junction, no estado do Colorado, tornou-se o maior incêndio florestal na história do estado. Além do período costumeiramente favorável a incêndios florestais durante a temporada que vai de agosto a novembro, os raios, os ventos mais intensos e uma temporada mais seca e quente do que de costume na região, foi responsável pelo balanço negativo até o momento e que já assusta, por estar só no ínicio.

O mês de agosto, caracterizado por todos esses extremos já mencionados anteriormente, também chamou a atenção pelas altas temperaturas. Nos Estados Unidos, o mês terminou com temperaturas médias de 23,7°C (cerca de 2,6°C acima da média neste século), sendo o terceiro mês de agosto mais quente já registrado desde o início das observações. 

Ainda no país, os estados de Arizona, Califórnia, Colorado, Nevada, Novo México e Utah tiveram, cada um, o mês de agosto mais quente já registrado. Em particular, Phoenix e o Arizona, tiveram seu mês mais quente já registrado, com uma temperatura média de quase 32,3°C. Além disso, em 16 de agosto, o Vale da Morte na Califórnia, tradicionalmente conhecida pelo calor muito intenso, registrou uma temperatura de até 54,4°C, que se verificada, seria a mais quente de agosto registrada para os EUA.

E não foram só as temperaturas que chamaram a atenção, a precipitação média de agosto para os EUA  foi de 59,7 mm (cerca de 6,86 mm abaixo da média), o que colocou o mês como o terceiro mais seco do recorde de 126 anos. Os estados do Arizona, Nebraska e Utah registraram o mês de agosto mais seco, enquanto Novo México e Iowa se classificaram em segundo e terceiro lugar mais secos, respectivamente.

Do ponto de vista climatológico, o verão meteorológico boreal (junho a agosto) dos EUA, terminou com temperaturas médias de 23,11°C, cerca de 2,2°C acima da média, sendo classificado então, como o 4º verão mais quente já registrado até então.

Fonte das informações: NOAA

Conheça o SIGMA WEB

a partir de 16,65

Imagens de satélite, modelos numéricos, climatologia e muito mais.

Siga -nos
Fernando Rafael
Fernando Rafael

Meteorologista